Multas milionárias e prejuízos invisíveis: os riscos de ignorar a Saúde e Segurança do Trabalho nas empresas
Negligenciar práticas de saúde e segurança no ambiente corporativo pode custar caro — não só em multas, mas em produtividade, reputação e até na sustentabilidade dos negócios.
Em um cenário corporativo cada vez mais fiscalizado e competitivo, investir em Saúde e Segurança do Trabalho (SST) deixou de ser apenas uma obrigação legal: tornou-se uma estratégia de gestão essencial. Empresas que ignoram esse setor enfrentam riscos que vão muito além das sanções administrativas. A negligência em SST pode provocar afastamentos frequentes, queda na produtividade, aumento de processos trabalhistas, prejuízos operacionais e danos à imagem institucional.
Segundo o Dr. Marco Aurélio Bussacarini, médico especialista em Medicina Ocupacional pela USP e CEO da Aventus Ocupacional, a falta de uma política consistente de SST representa uma ameaça real à continuidade das empresas. “Não é apenas uma questão legal. Estamos falando de uma responsabilidade ética e social que impacta diretamente a longevidade e a sustentabilidade dos negócios”, afirma.

Um investimento estratégico, não um custo
Ainda há gestores que tratam a SST como um gasto supérfluo, mas o especialista rebate essa visão. Para ele, as empresas que adotam uma cultura preventiva colhem benefícios concretos, como ambiente mais saudável, menor rotatividade de funcionários e maior engajamento da equipe. “Negligenciar isso é comprometer o presente e o futuro da empresa”, alerta Bussacarini.
A desorganização na gestão de saúde e segurança abre espaço para fiscalizações rigorosas e autuações de alto valor. Com a digitalização do eSocial, que integra obrigações fiscais e trabalhistas em tempo real, o cerco às empresas irregulares se intensificou.
Os números das penalidades assustam
Dados do Ministério do Trabalho apontam que as infrações mais recorrentes em SST estão relacionadas à ausência de programas obrigatórios, como o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) e o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), além da omissão de informações essenciais ao eSocial.
Entre as principais penalidades previstas em lei estão:
- Falta de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT): multa de R$ 7.500 por caso não informado;
- Não realização de exames ocupacionais (S-2220): R$ 4.000 por funcionário;
- Omissão de exposição a riscos (S-2240): valores que podem chegar a R$ 300 mil;
- Descumprimento de programas obrigatórios: entre R$ 5.000 e R$ 356 mil, a depender da infração.
Consequências operacionais ocultas
Mas não são apenas os autos de infração que causam impacto. A falta de uma gestão estruturada de SST provoca efeitos colaterais diretos na operação da empresa. Afastamentos frequentes, aumento do absenteísmo, sobrecarga de equipes e clima organizacional negativo são alguns dos reflexos imediatos.
“Quando não há uma política clara de cuidado com a saúde do colaborador, a produtividade despenca e os riscos internos aumentam. Isso cria um ambiente de insegurança que afeta toda a cadeia produtiva”, explica o CEO da Aventus.
Por outro lado, empresas que priorizam a SST conseguem reter talentos, reduzir passivos trabalhistas e melhorar sua imagem perante o mercado. “Cuidar da segurança do colaborador é cuidar da empresa como um todo”, reforça Bussacarini.
Liderança como vetor de mudança
Para o especialista, o primeiro passo para transformar a realidade da SST nas empresas é a conscientização das lideranças. “SST não é burocracia — é estratégia. É sobre gerir riscos, proteger pessoas e garantir a continuidade do negócio”, afirma.
A Aventus Ocupacional, empresa fundada por Bussacarini, atua há mais de duas décadas com soluções integradas em medicina ocupacional e segurança do trabalho. Além da gestão de programas legais, a empresa oferece treinamentos online por meio de plataformas EAD e monitoramento digital de indicadores de saúde corporativa.