O dilema das empresas: treinar o time para eles irem embora? Yuri Utida tira dúvidas sobre o questionamento que permeia a mente dos empresários
Muitas empresas acabam entrando em um impasse sobre treinar ou não os seus funcionários. Isso se dá por conta da desconfiança que os atinge, uma vez que, ao desenvolver as habilidades do time, estes podem acabar buscando novas oportunidades no mercado de trabalho, abandonando aquele que investiu em seu aperfeiçoamento. Diante disso, muitas empresas acabam se precipitando em não buscar treinamentos e palestras, utilizando o lema ‘manda quem pode, obedece quem tem juízo’.
De acordo com Yuri Utida, especialista em neurociência comportamental, essa prática era muito comum no passado, mas se tornou um tanto sem sentido na atualidade, já que agora, as empresas já não funcionam por medo ou coagindo um funcionário. “O pessoal entendeu que manter um time motivado, engajado e envolvido com a causa da empresa, necessita muito mais do que apenas pressão e ameaça. Essas empresas estão mais modernas com uma visão mais humana. No geral, as empresas passaram a entender que elas são feitas de pessoas e não de robôs”, comenta.
O pensamento dessas empresas que entenderam que funcionam a base de pessoas é a de que podem sim treinar seu time sem qualquer receio deles irem embora futuramente. O mercado é dinâmico, e é impossível controlar essas coisas. A postura que essas empresas têm é a de criar um ambiente favorável, uma cultura de respeito e crescimento, além de um plano de carreira, onde esse colaborador queira estar na empresa, entendendo que esse treinamento não é benéfico apenas para o contratante, mas para o próprio contratado.
“O que a empresa quer nesse caso é aperfeiçoamento, já que não tem nada pior do que treinar uma pessoa e ela não exercer seu trabalho com eficiência, perdendo venda, atendendo mal, etc”, explica.
Segundo Yuri, essas empresas que entendem que o treinamento, desenvolvimento e engajamento da equipe não é gasto, mas sim investimento, acabam tendo muito mais retorno. Diferentemente, as empresas que preferem não incentivar seus funcionários a se aperfeiçoarem, economizando ao invés de buscar por cursos, palestras e treinamentos, tendem a se conformar com uma equipe mediana, insatisfeita e não engajada. “Como já dizia Henry Ford, ‘pior do que treinar um funcionário e ver ele sair, é não treinar o funcionário e ver ele ficar’”, finaliza.
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