Entenda como as sanções de criptomoedas dos EUA e G7 irão afetar a Rússia

 

Especialista em investimentos internacionais, Júlio Maia responde diversas dúvidas sobre as novas sanções a Vladimir Putin

Hoje os olhos do mundo estão no leste da Europa. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia perto de completar um mês, o mercado internacional acabou sendo afetado duramente pelas especulações e movimentações das sanções sobre os russos.

Aliás, desde que o primeiro soldado do Kremlin pisou no solo ucraniano, os EUA e diversos países do mundo adotam medidas para boicotar a economia russa. Na última sexta-feira (11/03), a Casa Branca anunciou que os norte-americanos e o G7, grupo das nações industrializadas do mundo, colocaram em ação sanções em criptomoedas contra os bilionários russos.

“Eles já estão tentando de certa forma estreitar as fronteiras cortando importações, priorizações de compras, negociações de minérios preciosos como a grande importação que sai da Rússia de diamantes. Isso força a Rússia a reformular suas estratégias. Tudo envolve dinheiro, e para eles quando existe corte de valor monetário exige mudanças. Entendo que as criptomoedas são passos importantes para conseguirem fechar todo o cerco”, revela o especialista em criptomoedas Júlio Maia, que trabalha há mais de 7 anos com investimentos

Na opinião de Júlio, as criptomoedas não vão auxiliar a Rússia em sentido de mercadoria e, dessa forma, é improvável que Putin use as criptomoedas para fugir das sanções.

“Devido a essa volatilidade das criptos, muitas pessoas vão aprender que converter moeda na alta de uma altcoin e ter uma queda de 40% faz você ficar segurando dinheiro durante meses. Isso faz você ficar preso esperando uma alta novamente, criando novas doenças e casos clínicos como ansiedade, pois acaba pensando que todo seu capital está preso”.

Mas o mercado foi afetado por esta guerra de forma direta?

Para Júlio Maia, o mercado e a economia mundial tiveram um impacto discreto devido a maioria dos índices estarem em recessão por conta da pandemia. Com os investidores ainda se recuperando do fôlego, uma extensão desta guerra é que pode afetar duramente o equilíbrio da economia nos próximos meses.

“O único que operou em alta nos últimos meses foi o mercado dos estados unidos, a guerra nesse ponto traz correções e marcações de fundos novos nos nossos mercados, mas menos esperado do que imaginei, talvez com uma notícia de possível guerra mundial veremos um balançar bem forte na economia mundial”, disse ele.

Criptos como uma tentativa de salvação da população ucraniana e especulações

O especialista revelou que, após o anúncio de guerra na Rússia, a conversão de moeda para criptos teve um aumento de 136%, e na Ucrânia de 102%. Na visão dele, o povo tenta desvincular o dinheiro pensando em maior segurança. “Eles ainda estão pensando em conversão de moeda para BTC. Ainda acredito que essa não seria a melhor técnica. Aposto fielmente nas moedas, e que transitar seu dinheiro para outra moeda ainda é mais seguro. Você pode converter novamente para seu valor próximo de conversão”, explicou.

Outra coisa que ele pondera é em relação às especulações. Na visão de Júlio, elas não trazem graves problemas diretos nas grandes moedas digitais, mas existem pontos que precisam ser aceitos.

“Estamos a cada dia passando por grandes correções. O mercado tem altos e baixos. Estamos passando por um tempo de queda no qual já bateu 3 vezes no fundo. A tendência é de alta novamente com possibilidade de chegarmos ao valor de 500 mi BTC até 2023. A guerra em si não influenciou nas cotações, pois no dia do anúncio de guerra a queda do BTC foi de 11%, mas no dia 25 foi alta de 16%”.

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