Entenda como a integração de aspectos psicológicos está transformando o atendimento odontológico de pacientes do espectro autista
Saúde bucal e bem-estar mental estão cada vez mais interligados na busca por uma abordagem clínica verdadeiramente holística. O Dr. Fábio Audi Gonçalves, cirurgião-dentista e psicanalista residente em Atibaia, interior de São Paulo, é um dos pioneiros na aplicação de princípios psicanalíticos à prática odontológica, especialmente com pacientes do espectro autista.
O autismo é caracterizado por uma série de particularidades na comunicação, interação social e comportamento, que podem afetar profundamente a experiência desses indivíduos durante tratamentos dentários. “Desde sensibilidade tátil aumentada até interpretação literal da linguagem, passando por irritabilidade a sons e movimentos, vários fatores específicos entram em jogo”, explica o Dr. Fábio.
É nesse contexto que a psicanálise se revela uma ferramenta valiosa. Ao explorar as motivações inconscientes por trás de comportamentos desafiadores apresentados por pacientes autistas, insights podem ser obtidos sobre como aprimorar o manejo clínico. “Compreender essas nuanças nos permite personalizar a abordagem e construir gradualmente um ambiente de confiança e acolhimento”, enfatiza o profissional.
Técnicas psicanalíticas podem auxiliar em diversos aspectos, como o gerenciamento da ansiedade frequentemente desencadeada pelo ambiente odontológico em indivíduos com TEA. Além disso, um olhar atento aos aspectos psicológicos possibilita aprimorar a comunicação, essencial para explicar procedimentos de maneira alinhada à percepção sensorial única de cada paciente.
