Especialista aponta cinco dicas para quem deseja importar da China

Para Rodrigo Giraldelli, produtos asiáticos representam solução para lojistas se manterem competitivos no mercado

O mercado varejista está cada vez mais competitivo, por isso é importante investir nas datas comemorativas. Há poucos dias para o Natal, as lojas físicas e online estão à todo vapor. A expectativa para o Natal é de aumento de 2,1% nas vendas em comparação com o mesmo período de 2021, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Mas, o lojista que não conseguiu se preparar, precisa começar a pensar nas próximas datas e em soluções mais competitivas; afinal de contas o e-commerce se fortaleceu com pandemia do covid-19, sem falar nos grandes varejistas asiáticos que tem dominado o Brasil. E que tal surfar na mesma onda que eles?

A importação chinesa pode ser uma excelente saída. Se engana quem pensa que a importação está fadada apenas às grandes corporações. Rodrigo Giraldelli, CEO e fundador da consultoria China Gate há mais de 20 anos, aponta cinco dicas para o comerciante que quer começar a importar da China. Confira:

1) Importação requer antecedência: “Planejamento é a chave para importar tranquilamente. Os comerciantes que estão se preparando para o Natal, importaram seus produtos em maio. Esse é o tempo que leva entre a produção do item e o envio ao Brasil. A importação pensada para datas sazonais como Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Black Friday devem ser feitas com antecedência de 6 meses”, diz Giraldelli.

2) Escolha um bom produto: Mas como definir o que é um bom produto? “Um bom produto, acima de tudo, é aquele que você sabe vender ou, no mínimo, tem algum tipo de afinidade. Muitas pessoas avaliam que vão importar determinado produto, porque será um sucesso garantido, e não é bem assim. É preciso conhecer aquilo que se vai importar”, afirma o consultor em importação.

Outro ponto importante, segundo o especialista no mercado asiático, é o lojista identificar um produto que seja encontrado na China. Itens como leite, carne, vinho e cerveja, que são ótimos para comercializar, não são encontrados no país. “A China é ótima para se encontrar produtos manufaturados”.

Por último, Giraldelli ressalta sobre a importância de importar um produto que caiba no seu caixa, ou seja, itens que são bons para se trabalhar, mas que cabem no orçamento da empresa. “Existem bons produtos que são importados com R$ 10 mil e existem outros que só são possíveis com, no mínimo, R$ 100 mil de caixa. Logo, sua expectativa tem que estar alinhada com a sua realidade”, reforça.

3) Pesquise no Alibaba: “O Alibaba é o maior portal de compras B2B do mundo. Ele vende em um dia o que a internet brasileira vende durante um ano. Não é possível ignorar a força do Alibaba para pesquisar produtos que podem ser importados. Invista um tempo para pesquisar e avaliar fornecedores. Com essa pesquisa de mercado, você terá bons resultados na sua importação”, explica o sócio fundador da China Gate.

4) Faça a simulação de custos: Esta é uma dica mais técnica. “Após pesquisar os produtos do seu interesse, o importador precisa fazer uma simulação dos custos. Não importe nada sem fazer uma simulação de custos. Nós, na China Gate, por exemplo, fazemos mais de 1.000 simulações de custos para os nossos clientes todos os meses”, afirma Rodrigo.

Porém, o especialista ressalta que o preço varia de acordo com a demanda dos itens: quanto mais se importa, menor é o valor unitário por produto. “Geralmente, os produtos chegam ao Brasil pelo dobro do preço, mas isso é uma estimativa, já que produtos mais volumosos costumam pagar mais frete. A tributação para importação no Brasil é feita pela soma do produto + frete”, explica.

5) Fuja das marcas famosas/ Invista na sua: “Muitos empresários imaginam que importar produtos de marcas famosas é uma boa estratégia, porque já são conhecidas pelo consumidor e que contam com um marketing em cima do produto, mas não é bem assim. Importação de produtos de marcas famosas só é bom para o dono da marca e para o importador oficial, que tem alcance nacional para vender o produto. Isso inviabiliza o pequeno importador ou quem está começando com importação”, frisa Rodrigo.

Se não é vantajoso importar uma marca famosa, por que não criar uma marca própria para o seu negócio? Segundo o especialista, essa estratégia é possível, mas o importador deve pensar em produtos diferenciados ou itens que o lojista pode colocar a sua marca. “Isto é mais fácil do que a maioria das pessoas pensam. Os chineses estão acostumados a colocar marca no produto, na embalagem e isso, sem dúvida, é a melhor das dicas para quem deseja começar com importação de produtos da China – já que será um diferencial. Essa estratégia faz o importador sair da guerra de preços, além de ter a possibilidade de um lucro maior. Vale lembrar, contudo, que esse é um processo de médio a longo prazo, que dura, em torno, de uma década. É mais difícil vender no início, mas de cara é mais lucrativo”, ressalta Rodrigo Giraldelli.

Sobre Rodrigo Giraldelli: @rodrigogiraldelli

Formado em Administração de Empresas e Economia, o paranaense Rodrigo Giraldelli é um dos pioneiros na importação de produtos da China para o Brasil. CEO da China Gate, empresa especializada em consultoria e educação sobre importação, Rodrigo auxilia comerciantes que desejam ampliar sua margem de lucro com produtos do país asiático. Além da consultoria, Rodrigo também ministra cursos on-line para ensinar empreendedores sobre o ofício. Com profundo conhecimento em marketing digital, Giraldelli publica, semanalmente, conteúdos nas redes sociais (@chinagatebrasil) e em seu canal do Youtube sobre importação.

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