“Enquanto empresas colocarem programas de diversidade e inclusão sem ensinar o time sobre o assunto, essas pessoas não serão incluídas” – diz jovem advogado

Wesley Lopes, tem apenas 26 anos, já possui inúmeros prêmios, sendo considerado entre “os corpos jurídicos mais admirados do país”, destaque na advocacia pela ANCEC e ex-aluno da Universidade de Harvard e encontra-se em processo para mestrado em uma das Universidades da Ivy League.

Após o estudante e advogado passar pelo programa de trainee de liderança negra em uma farmacêutica, e sair após vivenciar situações de racismo, afirma que “o que vivi no trainee foi o conceito de – vamos incluir mas sem ensinar o time sobre diversidade – e o resultado: a inclusão não aconteceu”.

“Enquanto empresas colocarem programas de diversidade e inclusão sem ensinar o time sobre o assunto, essas pessoas não serão incluídas, justamente pelo motivo do time não estar preparado para recepcionar o diverso, e sem a preparação, hábitos preconceituosos continuarão ocorrendo.” – afirma o advogado.

O advogado reflete a situação e como poderá ajudar a incluir mais pessoas diversas no mercado, ensinando o time que receberá tal pessoa de como agir para que o efeito contrário não se repita: “o letramento é o pilar, sem dúvidas, mas o acompanhamento do gestor com a pessoa que está sendo alocada naquele time é o fator predominante.” “Não descarto a possibilidade de criar uma empresa com funcionários apenas diversos, a área de facilities me atrai, seria uma boa ideia trazer a diversidade para empresas, treinar essas pessoas que vão entrar, treinar o time que irá receber e fazer com que as pessoas cresçam.”

“No meu trainee eu aprendi muito observando, muito se fala de diversidade mas na prática tudo fica mais dificil, é ótimo vermos cargos operacionais de pessoas diversas, mas quando observamos a diretoria, gerencia, VPs e presidência o cenário é o mesmo: pessoas padrões que não refletem a maioria do estado brasileiro que é formado por pessoas pretas, pobres, LGBTQIAP+ e deficientes.

No período em que estive de trainee eu afirmava que a diferença vem da gestão, se a gestão não é diversa, como podemos acreditar que a diversidade será incluída com êxito?” – completa o advogado.

Durante sua vida, o advogado foi considerado um prodígio, atuando ao lado de Rachel Maia e, posteriormente, em uma empresa tecnologia

“Foram momentos diferentes, a Rachel eu atuei no terceiro setor em sua empresa e conheci a necessidade e importância do letramento em ações de diversidade, a Rachel me ensinou literalmente a importância da inclusão.

Já na empresa de tecnologia eu entrei com o objetivo de inspirar, peguei o maior caso que imaginei (uma leniência milionária), fui destaque, a leniência tinha como pílar a criação do programa de integridade com praticas ESG, que, posteriormente, foi elogiado pela CGU, e que me levou como indicação na FORBES UNDER 30 e a concorrer com mais de doze mil pessoas para o trainee de liderança negra da maior farmacêutica da America Latina.”

Wesley diz que em seu trainee, após denunciar uma situação de racismo, saiu da companhia e viu o agressor sendo promovido. “Me senti mal, até entender que situações assim acontecem mas não devem ser normalizadas, o racismo é uma realidade que precisa ser extinta da sociedade e enquanto empresas não letrarem funcionários, ele existirá.”

O seu projeto de vida é focar em ajudar pessoas, após seu curso na Harvard, pretende focar em inovação jurídica, expandir seus negócios e focar na área de Direito Farmacêutico e do Trabalho, em planejamento para início de seu mestrado e doutorado.

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